segunda-feira, 25 de março de 2013

Manuel Alegre - Um combate desigual

O Jornal de Letras, Artes e Ideias, número 1105 (de 6 a 19 de fevereiro de 2013) publicou um artigo sobre a visão de alguns escritores e artistas, de várias gerações e tendências,  quanto "à influência nas suas obras, e o terem eles, ou não, responsabilidades especiais para refletirem, analisarem, denunciarem, ajudarem a transformar.
São questões antigas, mas que ganham particular atualidade e significado em momentos agudos de "crise" e de conflitos como os que vivemos".
Aproveitamos a paragem das atividades letivas para divulgar algumas destas opiniões.

Devem os escritores intervir?




" A sibila do mundo globalizado está no Goldman and Sachs, no FMI e no BCE. Os oráculos dos antigos deuses deram lugar aos novos oráculos: as cotações nas bolsas, as ordens de compra e venda dos corretores. Que pode um escritor num mundo assim, ainda para mais com o poder mediático a impor  dia a dia, hora a hora, a hegemonia ideológica do número e do cifrão? Não pode mais nada senão escrever. Talvez seja muito pouco. Ou talvez seja muito. É, como sempre foi, mas hoje mais do que nunca, um combate desigual. Garrett acreditava que a pena pode mais do que a espada. Quem sabe?
Talvez um dia a poesia consiga o que a política não pode ou não quer: vencer a ditadura dos mercados. Oxalá."

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