Professor- "José, vem ao quadro resolver este exercício."
O José levanta-se e com um andar saltitante desloca-se até ao
quadro, enquanto os colegas contêm o riso com a mensagem que o andar
saltitante lhes transmite, sobretudo porque pensam.que só eles
entendem...
Este episódio acaba com uma simples resposta do professor: "José és
um estrondo", a que toda a turma respondeu com uma gargalhada de
surpresa.
Pois é, para o bem e para o mal, os
meios de comunicação social sempre nos influenciaram... mas... Há sempre
um MAS! Nos nossos dias, ao contrário da televisão, o Youtube e o
Facebook e outros espaços virtuais são nichos de audiência onde aparecem
sobretudo os nossos jovens e crianças e onde os adultos ficam muitas
vezes "excluídos".
A dúvida do título é a dúvida que me assolou: o vídeo viral
responsável pela atitude descrita na sala de aula até é uma crítica
mordaz e assaz ao consumo de drogas e postura de uma parte da juventude,
mas como é que foi entendida? Mal,mesmo muito mal! Esta é apenas uma
cena inócua, mas já assisti a outras que mostram maior perversão da
mensagem!
A classificação "MAIORES DE 18 ANOS" deveria ser obrigatória em
muitos vídeos do youtube e afins e digo isto com conhecimento de causa!
Se dúvidas tinha, o convívio com a juventude tirou-as: os jovens e
crianças não têm os filtros e capacidade para analisar criticamente e
limitam-se a imitar comportamentos dos seus pretensos "ídolos" como se
tivessem "os miolos fritos".
Os pais e educadores têm mais uma fonte de preocupação: compreender
estes epifenómenos de geração, a sua rápida propagação e tentar
intervir com a racionalização destas mensagens.
A Internet,
tal como outros meios de comunicação de massas, continua a ser sobretudo
uma forma de influenciar negativamente a sociedade, mas desta vez afeta
gerações de forma diferente e as fontes de "estupidez viral" são tão
difusas! Pelo que aos adultos resta estar muito atentos e acompanhar
estas incursões digitais pelo "entretenimento alternativo".
Com tanta coisa boa no youtube e tanta aprendizagem possível, tinha logo que nos calhar na rifa um vídeo viral!
Prof. Luís Filipe Barata
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