,,,"Morreu o Manuel António Pina e quero, como sempre, que as palavras façam o caminho inverso entreguem elas o seu corpo. Não vai acontecer. É a tentação do costume perante os lutos.
Tenho pena de não ter sido dos seus amigos de café. Daqueles que iam ao Convívio aferir os dias, calibrar os gestos, pensar e repensar. Não aconteceu assim. Mas tive o privilégio de que ele aceitasse os meus convites para cada evento em que me vi envolvido, desde logo, em Vila do Conde. E pude pedir a primeira salva de palmas em público depois que ganhou o Prémio Camões..."
Valter Hugo Mãe
Jornal de Letras
Valter Hugo Mãe
Jornal de Letras
chuviscos.blogspot.com
Sou o pássaro que canta
dentro da tua cabeça,
que canta na tua garganta,
que canta onde lhe apeteça.
Sou o pássaro que voa
dentro do teu coração
e do de qualquer pessoa
(mesmo as que julgas que não).
Sou o pássaro da imaginação
que voa até na prisão
e canta por tudo e por nada
mesmo com a boca fechada.
E esta é a canção sem razão
que não serve para mais nada
senão para ser cantada
quando os amigos se vão
e ficas de novo sozinho
na solidão que começa
apenas com o passarinho
dentro da tua cabeça.
Sem comentários:
Enviar um comentário